sexta-feira, 8 de maio de 2015

PELO ALÉM TEJO (II)

O 2º DIA 

MOURA A MOURA, PELAS ALDEIAS RIBEIRINHAS E MONSARAZ



O dia amanheceu com sol e temperaturas "esquisitas" para este início de Maio ... às 09:00 estavam já 20º e tudo apontava para que fosse um dia quente ... 

E assim foi, de facto... suportámos temperaturas de mais de 30º nesse sábado 


A primeira parte do dia estava reservada a conhecer um pouco melhor a cidade de Moura.




Depois do cafézinho (qual é o português que trabalha ou passeia sem o seu café?  começámos pela Igreja de São João Batista, um interessante monumento gótico/Manuelino do sec XVI que possui um belíssimo acervo de azulejos quinhentistas e que foi a primeira construção importante fora das muralhas por o espaço do castelo já não albergar a numerosa população.




Depois fomos ao castelo, ali mesmo ao lado ...

Fica desde já o aviso: a quem passar pela estrada, o que se vê do castelo é absolutamente enganador ... pensamos que é pequeno, apenas umas muralhas em ruínas mas, completamente falso !

Trata-se dum castelo lindíssimo, muito bem conservado e com muita história para contar aos visitantes.

~

Uma foto do seu interior


Aspecto da cidade em foto obtida da Torre de Salúquia, uma torre que conta a curiosa lenda desta moura, que está na origem do nome da cidade e que aconselho a procurar saber.




Outra ainda, desta vez virada para o lado da planície.






E a paragem seguinte (toda esta visita em Moura foi feita a pé pois tudo é muito perto) foi no Jardim Dr. Santiago.


Lindíssimo local, fresco e calmo, em contraste com o calor que se fazia já sentir



Com um colorido coreto "à moda antiga", donde emanava música popular que fazia lembrar os "bailaricos da aldeia".



Destes residentes, fiquei na dúvida se era o pato que tinha a mania de que era tartaruga ou se as tartarugas que queriam ser patos.

E a seguir fomos visitar os antigos quartéis de Moura.
Construído no início do sec XVII para albergar os regimentos de cavalaria e infantaria instalados em  Moura, por altura da Guerra da Restauração.





Hoje, exemplarmente restaurado e com áreas de lazer envolventes , é um centro de convívio da cidade e local de visita obrigatório para usufruir dos seus bares e esplanadas.

Bom, era então altura de nos fazermos à estrada para começar a visita às Aldeias Ribeirinhas do Grande Lago.

A primeira visita foi à Estrela. 






Até a minha mota (um destes dias hei-de arranjar-lhe um nome ... todo o bicho-careta tem nome nas motas e porque não hei-de eu ter também?)  quis tirar uma foto debaixo do chaparro.



e a paisagem, ao final da manhã de sábado, era assim na aldeia da Estrela


fantástica beleza e calma, ... 




E o mais curioso foi termos encontrado, nesta aldeia da Estrela, um grupo de motard's (O CLASSE OPERÁRIA GRUPO MOTARD) que ia realizar o seu 1º convívio no parque de merendas.



Ainda não tinham era a máquina dos finos ligada  por isso prosseguimos viagem


E da Estrela seguimos para a próxima aldeia ribeirinha. Nada mais nada menos que a famosa Luz, "a tal" que foi submersa e reconstruida de novo em local mais elevado.

Tanto quanto sei,  preservaram-se os aspectos mais importantes da "velha aldeia": configuração, vizinhança, estabelecimentos comerciais, ...





A igreja é um bom exemplo do esforço de preservação com a transferência de pinturas, altar, portadas, etc.



o mesmo se passa com o pelourinho ...




No seu museu, que visa perpetuar as memórias com as tradições e costumes da "velha aldeia", pode ver-se que o seu castelo, na impossibilidade de ser "trasladado", foi coberto com sacos de areia possibilitando a sua re-descoberta se, algum dia, ficar emerso.

Bom, mesmo bom mesmo, foi termos feito a visita à Luz em dia de festa.

Estava a decorrer uma mostra de produtos tradicionais alentejanos e que, na praça central, estavam patentes em várias "tendinhas".






Uma delas, a chamada de "comes-e-bebes" era a mais concorrida 




E ali almoçámos ....





Uns pires com petiscos alentejanos de "trás-da-orelha" ... orelha de porco , moelas, queijo de cabra curado, ... e um fantástico cabrito assado no forno ...







os preços eram assim... não perguntei se já tinha IVA incluído mas também não me passaram factura porque a máquina estava avariada ... 

E apesar do calor que estava, mais de 30º que dava mais vontade de deitar á sombra do que andar de mota, tínhamos que prosseguir ...

Mourão era o destino seguinte.



Um sol implacável que nem sombra dava para a "desgraçada"  que ficou de guarda ao castelo ...




Do seu bonito castelo via-se a povoação, que parecia deserta com as pessoas resguardadas do sol.



 assim, quisémos percorrer um trilho que era suposto dar a uma ermida e tal... demos a volta à muralha e nem sinal de ermida ... tínhamos era sede e precisávamos de um pouco de sombra... ufa !!!



Mas o raio da maluqueira, ainda nos deu forças para subir à torre de menagem onde existia um terraço ... com estas vistas !!!



até que enfim ... qualquer coisa que se beba 

Gargantas refrescadas, voltou a coragem para montar a ... ainda não arranjei nome ... e seguimos viagem para Monsaraz.



E é impossível ficar-se indiferente a estas paisagens.



O castelo de Monsaraz, é constituído por uma mistura de elementos medievais e quinhentistas. Uma fortaleza de bela arquitectura e que teve importância vital na consolidação das fronteiras portuguesas.

Depois de ter mudado de mãos por várias vezes, foi conquistado definitivamente por D. Sancho, por volta de 1225, com o auxílio dos cruzados Templários, a quem o monarca doou aquelas terras.

Mais tarde, no âmbito da Guerra da Restauração, teve obras de adaptação para utilização da artilharia da época.



O seu burgo medieval é o característico alentejano, com casas térreas e caiadas.
Neste caso de Monsaraz, a vila estava a ser visitada por muitos turistas, estando impecavelmente apresentada, ruas limpas, casas caiadas, ... adorei 




destaco a curiosidade de, no seu interior, existir uma "praça de toiros" entre muralhas ... e usada ao que me apercebi... estavam cartazes espalhados que anunciavam uma tourada para dali a alguns dias com um cartel de renome. 



Outra agradável surpresa foi a visita à Igreja da Misericórdia ... não, não foi porque estava um calor de rachar e a igreja estava fresca e apetecíveis os seus bancos  ... foi mesmo porque se trata dum monumento muito interessante e motivos espirituais motivavam a visita.




Um curiosa mescla de elementos árabes, medievais, góticos, manuelinos, ... 
Aos que apreciam o "género", visita a não perder.



E estava na hora de abalar, não sem antes percorrer parte da excelentemente conservada muralha, que permitiu ver "isto" ...

Uma breve passagem pelo posto de turismo, permitiu-nos saber que, ali bem perto, a escassa meia dezena de kms, se situava o menir mais importante da região.

Monsaraz, pela quantidade de vestígio megalíticos que por ali se encontram, dão a perceber que se tratou duma região habitada desde há muitos anos e por povos com culturas muito diversas.



É, por exemplo, o caso deste Cromeleque  do Xerez. Situado bem ao lado do Convento da Orada (infelizmente não visitável, pelo menos naquela altura).





Foi também possível uma "vista de olhos" ao menir da Bulhoa, ao qual se acede por uma estrada só para XT's, GS's, LT's e coisas assim ...




O menir da Bulhoa que me parece um bocado torto mas, já sabemos como são as empresas de construção ... garantias "visteze-as" 



Próxima paragem: Reguengos de Monsaraz.

Primeiro uma pequena pausa num café para dessedentar as goelas ... 



com esta fantástica vista da Igreja Matriz de Santo António.... que estava fechada.  

Ficámos tristes por não poder concretizar a visita pois a curiosidade tinha sido despertada pela arquitectura exterior que, no mínimo, é muito interessante.




Ao indagar uns habitantes sobre o facto da igreja estar fechada, que, resguardados do sol, estavam sentados no jardim, ficámos a saber que têm o padre da paróquia "prá troca" ... 


Fazendo justiça ao seu afamado vinho, a paisagem dominante era a vinha.



Paisagem que se alterou quando começámos a "descer" para Amieira.




A enorme albufeira do Alqueva veio proporcionar algumas novas culturas e potenciar as existentes com a rega que possibilita.


Também a criação de gado teve algum incremento também pela abundância de água que favorece as pastagens e a hidratação dos animais.




A paisagem era lindíssima, sobressaindo o montado do sobreiro alentejano, do verde que esta época do ano confere à paisagem.

Fomos felizes nos dias escolhidos pois a paisagem estava bastante favorecida com as cores que as chuvas recentes lhe proporcionaram.





E o dia estava a chegar ao fim ... tinha sido fantástico e correspondido às expectativas que criei ao imaginar o percurso "em volta" do grande lago do Alqueva.

Foram mais de 150 kms, com muitas paragens, a maior parte delas em "serviço cultural" mas também algumas para "reabastecimentos" .

Fiquei a conhecer melhor o Alqueva ... de facto, quem apenas passou pela estrada da barragem e parou um pouco no cais dos barcos de recreio, não pode dizer que "já fui ao Alqueva".

Já conto o resto ...




Sem comentários:

Enviar um comentário