quarta-feira, 12 de setembro de 2012

VISITA AO GIL EANNES



Há dias, vi umas fotos do Carlos Ferreira, meu companheiro do Motos&Destinos, do navio-hospital Gil Eannes ... e pensei para comigo "há tanto tempo que ando para ir visitar isto ... tem que ser um destes dias".
E as coisas combinaram-se em pouco tempo ... uma telefonadela a A, uma mensagem a B, um mail para C, e a visita combinou-se para o dia 9 de Setembro, um domingo soalheiro e com temperaturas agradáveis para passear de moto.
O convite foi extensível às senhoras de cada um (sim, porque se fossem doutros, podia haver chatices ...) e o grupo foi composto de duplas bem dispostas ... houve até quem dissesse que este deveria ser chamado o PASSEIO DOS POMBINHOS,...outro houve que deveria ser O PASSEIO DOS CRÉDITOS pois, da forma como correu e tão animadas estavam, tudo isto seria convertido em créditos para os esposos poderem ir para um passeio ou concentração sem ser com as "orelhas quentes"...


O encontro, como combinado, às 09:00 da manhã de domingo,
 nas bombas da Adémia


A Ana,  Lídia, o Silva (não "o" Silva mas "outro" Silva ...) o João Machado e a Silvia


A "Sãozinha" Arnaut, a Lena, Alice, o António Arnaut e a filha Maria,
 e o Manuel Sineiro
Os "Arnaut's" foram de carro... as desculpas do costume, patati, patatá...


O João Custódio que tinha ido ao Multibanco ...
e pela cara, o saldo não estava grande coisa .... culpa da troika claro


Os meus amigos e vizinhos, Guida e Raul, que me deram 
o prazer da sua companhia depois de muitas negociações para trocas de serviço, etc.


Eu não disse que estavam satisfeitas?... 
Não é todos os dias que dão assim uma "voltinha" !!!!!




E até o João Machado estava contente com a Lídia
.. hoje era dia de festa ....


Depois de muito chamar, buzinar, ... o grupo lá se reuniu para a foto colectiva

A partida pelas 09:15, pelo IC2 (Nacional 1) sem pressas e em ritmo tranquilo, beneficiando da quase ausência de trânsito naquele domingo de manhã.



Numa paragem "técnica" perto de Oliveira de Azeméis pois "o" Silva saiu de Coimbra já com vontade de fazer xi-xi e vinha aflito ... 


o pessoal já "aliviado" e com mais um cafézinho para despertar


A próxima paragem estava combinada no Clube Naval da Póvoa de Varzim, onde nos aguardavam o meus colegas Jorge Figueiredo e a esposa Ana e o Henrique Castro que, mais uma vez, conseguiu sair sem a mulher ...




Parte do grupo a tomar um cafézinho no Clube Naval
Disse a determinada altura que o Jorge Figueiredo tinha disponibilizado um barco que nos levaria, a partir dali, até Viana do Castelo ... se vissem as caras de aflição ... eheheheheh


A foto do costume... esta vou aproveitar para fazer calendários 



Aqui a Ana e o Jorge, preparando-se para iniciar a viagem até Viana do Castelo. Desde a Póvoa de Varzim que foi a liderar a caravana, agora constituída por 8 motos ... como habitualmente, o Jorge escolhe sempre umas estradas menos conhecidas para nos mostrar ... esta sempre pela beira-mar e mostrando-nos praias bem bonitas ...


A chegada a Viana do Castelo, com foto obtida em cima da ponte Eiffel


Uma outra perspectiva obtida da velhinha e excelentemente
 restaurada ponte Eiffel, sobre o Rio Lima


A foto de grupo à chegada ao local do restaurante.

E eram cerca das 13:00, como combinado e com pontualidade britânica, chegámos à Praça da Liberdade, nas docas, onde se situa o Restaurante O Manel ... e onde os "Arnaut's" já nos aguardavam, com a filha e sogro do Manuel Sineiro que, assim, aproveitaram a viagem e a visita ao navio.
Fomos muito bem servidos, pessoal simpático e comida bem confeccionada por preços igualmente simpáticos.


A Guida e o Raul e ainda a Lena ... mas ainda não se via nada em cima da mesa ....


Olhó passarinho !!!!
O Arnaut e o Sr. santos (pai da Alice) já tinham
  iniciado as provas de verde ...



Aqui os croquetes, rissóis, pastéis de bacalhau, ... já tinham ido ...



Ora aqui está a ementa: vitela assada e rojões ... delícia meus amigos ...
E o verde fresco... de beber e chorar por mais ...


O "chefe" com algumas sobremesas e pratos a sair para as mesas


Mais uma foto para dar "créditos" ...


Nesta foto, a Guida, a Lena, a Silvia e a D. Lurdes Serrano para além de mim

A D. Lurdes Serrano teve um papel muito importante nesta nossa viagem a Viana do Castelo pelas dicas que me fez chegar sobre restaurantes, locais a visitar e respectivos contactos, etc.
Esteve durante alguns anos na Câmara Municipal da Figueira da Foz onde foi secretária do já falecido Eng Duarte Silva, na altura presidente da edilidade.
Aqui também lhe expresso os agradecimentos em nome do "grupo de Coimbra".




As motos em frente ao "O Manel"




E aqui está o principal motivo do nosso passeio: o Gil Eannes

E eram as 15:30 combinadas quando começámos a visita ao navio



À entrada para o Gil Eannes



A Maria, a Luana e o Arnaut na subida para o navio



O navio Gil Eannes é gerido pela fundação com o mesmo nome e com quem iniciei contactos há cerca de 2 meses para preparar a  visita. Pessoas simpáticas e prestáveis tudo fizeram para que a nossa visita fosse do agrado de todos.
A amabilidade foi ao ponto de, por não haver visitas guiadas aos sábados, domingos e feriados, contactar um antigo comandante da marinha mercante, de navios de pesca e ex-tripulante do Gil Eannes que se disponibilizou para servir de cicerone, mostrar-nos o navio e demonstrar uma enorme paciência para todas as nossas questões: O Sr. Basílio, que vemos nesta foto num pequeno auditório a dar início à interessantíssima viagem no tempo a bordo do Gil Eannes.
O meu (nosso) agradecimento a Lucia Afonso, da Fundação Gil Eannes pela total disponibilidade demonstrada.



A plateia atenta ás explicações do palestrante


bem .. nem toda ...




Camarote do comandante com fotos de antigos comandantes do navio




Carta náutica na sala de planeamento da navegação



outra perspectiva da mesma sala


Com tipos como este ao leme ... o que é que queriam?.. que estivesse melhor?... isto está mau por causa de gajos como este, não sabem governar a "nau"... apenas se governam a eles próprios ...



... este ainda vá que não vá !!!!!




bem tentaram que houvesse pelo menos um homem do leme que levasse a coisa a bom porto ...




o desespero era já grande quando perceberam qu, afinal, o problema estava no leme e não nos homens do leme...




Aparelho de medição de velocidade do vento ... anemómetro acho eu !!!!



Móvel onde estão guardadas as bandeiras de sinalização internacional, usadas quando as comunicações normais falham. Cada uma corresponde a uma letra do alfabeto para além de terem um significado único


No convés superior




Foto obtida na ponte de comando



A cidade e o Monte de Santa Luzia, vistos do Gil Eannes



O Sr. Basílio em mais uma explicação


A casa do gerador de emergência


A sala de comunicações, bastante complexa para a época.

O Sr. Basílio, para além dum profundo conhecedor da história do Gil Eannes e de toda a época relativa à pesca do bacalhau, conseguia prender a atenção de todos ao explicar como era difícil a vida dos pescadores que andavam durante meses pelos mares da Groenlândia ...

Por ele ficámos a saber que o Gil Eannes, muito mais que a função de navio-hospital, era um "pronto-socorro" ao dispor da frota bacalhoeira portuguesa, chegando a ter nos mares junto de si mais de 60 navios a quem poderia ajudar.

Nos seus porões existiam câmaras de frio que proporcionavam alimentos frescos aos marinheiros da frota, levava isco e combustível, servia de rebocador e até de navio quebra-gelos, pois o seu resistente casco de ferro, conseguia quebrar o gelo que envolvia, por vezes, os navios da frota bacalhoeira, muitos deles ainda de madeira.



Nestas fotos, a máquina de frio do navio

A tripulação do Gil Eannes, 75 pessoas, tinham as mesmas necessidades que uma pequena comunidade com esse numero aproximado de pessoas, com a agravante de estarem isolados, por isso, o navio dispunha de:


barbearia



cozinha


cozinha



padaria



Capela



com a forma para fazer as hóstias ...




dentista, cirurgião, ortopedista, ... enfim, um corpo clínico que garantia o bem-estar de todos os marinheiros



casa da máquina vista de cima


Na balaustrada para a casa da máquina



O Sr. Basílio a explicar como era dura a vida a bordo dos Dóris

No início e até cerca de 1960, a frota bacalhoeira portuguesa funcionava com pequenos barcos (Dóris) que eram tripulados por um homem e que pescava  o bacalhau à linha.
Esta forma de pesca, para além de rudimentar e pouco profícua, era bastante perigosa pois os pequenos barcos afastavam-se várias milhas do barco-mãe e, quando as condições de mar se alteravam, com vagas, nevoeiro e neblinas, ventos... muitos deles não conseguiam regressar.




Fotos do primeiro navio Gil Eannes.

O navio que visitámos, é o 2º Gil Eannes, este construído em 1955 nos estaleiros Navais de Viana do Castelo e que serviu vários propósitos, o mais importante, navio hospital e de assistência geral à frota bacalhoeira portuguesa.
Outras funções teve durante a sua vida como transporte de prisioneiros políticos para Cabo Verde, ilha-prisão no Tejo, etc.
O 1º Gil Eannes, era um navio alemão, apresado no tejo na sequência da declaração de guerra da Alemanha a Portugal, e que foi rebaptizado com esse nome.


E a visita terminou, cerda de 2:30 depois (ufa !!!) com mais "um copo" na esplanada em frente ao Rio Lima

Eram 18:00 quando nos fizémos ao caminho de regresso, tendo ficado combinado que, desta vez, regressaríamos pela auto-estrada para não chegarmos já de noite.

Pela A28 até ao Porto, seguindo eu a liderar o grupo ... como na vinda tínhamos atravessado o Porto pela Arrábida, quis proporcionar um trajecto diferente e dirigi-me para a Ponte do Freixo ... Eu, logo atràs de mim o Raul com a  Guida na sua Varadero, o Silva e a Silvia, na sua quase a estrear RT 1200, ... e, de repente, vejo que toma uma direcção diferente deixando-me a mim e ao Raul sós no trajecto para a Ponte do Freixo ...
Como os restantes elementos do grupo, Manuel Sineiro, João Machado e João Custódio se tinham atrasado um pouco no trânsito portuense de final de domingo, não me viram a mim nem ao Raul e seguiram o Silva pela Arrábida  enquanto nós seguíamos para a Ponte do Freixo ...

Encontrámo-nos mais tarde na área de serviço de Antuã.

"Ó Silva, então que te aconteceu pá?... não me seguiste porquê?"
"Olha lá... eu vi que foste para uma estrada que dizia Vila Real e achei que estavas enganado !!!"
"Sim é verdade mas a placa dizia também Ponte do Freixo, Braga, A1 ... "
 



A velha máxima "Follow the leader" não teve aqui qualquer aplicação.

Todas as fotos do Picasa AQUI

Para quem preferir ver as fotos em modo vídeo com uma música à maneira ....  pode fazê-lo AQUI

2 comentários:

  1. Boa passeata e bom relato, João. Também tive oportunidade de visitar esse navio na semana passada. Quase nos cruzavamos :)

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  2. Obg pelo comentário caro Rui.
    O navio é, de facto, bonito e encerra história bem recente que todos deveriam conhecer.
    Quem sabe numa próxima nos cruzamos mesmo.
    Abraço

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